Dirigentes de clubes destacam ações para o crescimento do rugby nacional

Dirigentes de Serra Gaúcha, Melina e Jacareí abordaram aspectos do comando de seus clubes e relacionados ao desenvolvimento da modalidade no país, em live realizada pela Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) em seu Instagram (@brasilrugby). Foram destacadas questões como a evolução dos atletas de alto rendimento nos últimos anos, incentivo às categorias de base e gestão das equipes.

No bate -papo com Maurício Migliano, coordenador de treinamento e educação da CBRu, o diretor-executivo do Serra Gaúcha Rugby, Muray Lizzot, comentou sobre a busca por recursos financeiros, a importância de sócios focados na melhoria do clube, a expansão da modalidade e o prestígio do clube de Caxias do Sul (RS) por possuir um espaço próprio.

Porém, para assumir tamanha responsabilidade, o Serra precisou aprofundar seu planejamento para pesar as vantagens e desvantagens deste investimento e identificar alternativas para conseguir a manutenção da sede caso as contas apertassem.

“Pesquisamos bastante, visitamos muitos espaços, falamos com muitos corretores. Chegamos a um lugar amplo que permite a realização de outros eventos para ajudar na manutenção diária. Semanalmente podemos abrir o espaço para festas, casamentos, formaturas, sem atrapalhar a parte esportiva do clube. Após essa pandemia, quando tudo estiver perfeitamente funcionando, será uma oportunidade de ganharmos mais sócios e consequentemente gerarmos mais recursos. Foi um grande passo, audacioso, no momento certo, com as pessoas certas”, explicou.

A captação de verbas para projetos maiores é outro desafio. Ainda mais no Serra Gaúcha, que é uma entidade não-governamental sem fins lucrativos e vive o dilema diário para manter as contas organizadas. Segundo Lizzot, para achar alternativas e engrenar, o clube precisa ter uma equipe focada em fazer o projeto acontecer, desde os sócios até a diretoria.

“Buscamos por meio dos sócios ativos e inativos abrir portas para negociar apoios, incentivos e patrocínios. Na diretoria, temos seis membros pensando fora da caixa. Os times profissional e da base têm um staff técnico profissional centrado na evolução do clube”, contou.

Michel Leplus, diretor e fundador do Melina Rugby, de Cuiabá (MT), falou sobre o desafio de estruturar o clube e desenvolver talentos no campo. “Nossa base tem crianças e adolescentes, meninos e meninas, que sempre trazem amigos para conhecer os treinos. Nossos treinadores estão capacitados para tirar o melhor dos alunos e manter um nível forte”, contou Michel.

Patrícia Carvalho, mais conhecida como Patíca, capitã do Melina Rugby de Sevens, comentou sobre a nova rotina de treinos para manter o alto rendimento de suas atletas. “Como a maioria das outras meninas vem de outros lugares para jogar no Melina, meio que já vivíamos em confinamento. Criamos uma família aqui, isso para desenvolvimento coletivo é muito importante. Em relação ao desempenho, no início foi complicado, mas agora estamos nos adaptando da melhor forma possível”.

Já Gabriel Cenamo, conhecido como Gabó, treinador do Jacareí Rugby, destacou que a equipe do Vale do Paraíba é uma das mais eficientes em descobrir atletas. “Em parceria com prefeitura, realizamos ações sociais em escolas carentes, sempre levando um treinador para introduzir os jovens no universo do rugby. As atividades se pautam pela brincadeira e, caso demonstre interesse, a criança pode procurar o clube”, comentou.

Gabó explicou como se dividem os núcleos de treinamento do clube: “No Sesi, trabalhamos as categorias mistas M8, M10, M12 e M14, além das equipes femininas M16, M19 e Adulto. No Santa Maria, além do time adulto masculino, treinamos as equipes masculinas M16, M18 e M20 e as categorias mistas M12 e M14”.

O Jacareí também possui núcleos periféricos. “Foi um pensamento da diretoria para que o rugby chegue a todos os pontos da cidade. Driblando a dificuldade financeira da maioria dos jovens para se deslocar na cidade, criamos treinos dentro das comunidades”, esclareceu