Paulo ‘Monkey’ Kneip pede mais união aos novos atletas de rugby

Veterano prestigiado pela comunidade rugbier brasileira, o hooker carioca Paulo “Monkey” Kneip compartilhou um pouco de sua longa trajetória no amadorismo em mais uma live realizada pela CBRu em seu Instagram (@brasilrugby) na tarde deste domingo, 19 de abril, desta vez mediada pela atleta da Seleção Brasileira de Sevens, Beatriz “Baby” Futuro.

Monkey contou que deu seus primeiros passes no rugby no início dos anos 80, ainda em São Paulo, no Colégio Friburgo, onde estudou na infância. Após sua família mudar da capital paulista para o Rio de Janeiro, foi estudar no Centro Educacional de Niterói onde, após uma palestra ministrada por jogadores do Niterói Rugby (Henrique Thoni, Marcelo Bozó, Mauro Buldoguinho entre outros) para todos os alunos da instituição, iniciou seus treinos, em março de 1985, numa turma com mais de cem alunos, na Praia de Icaraí. Saltimbanco, o jogador, além da camisa de seu time de origem (Niterói Rugby Football Clube), já vestiu as camisas de quase todos os clubes do Rio de Janeiro (leia-se Niterói Rugby Football Club, Rio Rugby, UFF Rugby, Guanabara Rugby FC, RJ Union, Itaipuaçu Rugby, Vila Real Rugby, Nova Friburgo e etc…); de Minas Gerais (Varginha, Nova Lima, São João del Rey, BH); de São Paulo (Keep Walking Rugby, Medicina AA) e do Norte-Nordeste (Titãs – Salvador/BA e Sertões Rugby/ CE, Universidade do Amazonas), entre outros. Em Mossoró/RN, em 2010, ajudou na criação do Maria Bonita Rugby.

Hoje, vestindo a camisa da UFF Rugby, segue jogando o Campeonato Fluminense de Rugby XV, realizado pela Federação Fluminense de Rugby/ FFRu, onde foi vice-presidente (2007/2014).

Sobre o rugby nos tempos atuais, Monkey afirma sentir falta da troca de experiências entre os atletas ao final de cada partida, o tradicional “terceiro tempo”.

“Terceiro tempo com duração de cinco ou seis horas é a melhor coisa do mundo. Infelizmente, hoje pouca gente confraterniza. Após os jogos, as duas equipes não bebem juntas, não cantam juntas, não dançam, ficam apenas entre seus pares. Isso para o rugby é ruim”, comentou. “Ao interagir com o outro time, você conhece e entende o que acontece por lá, valoriza o esforço dele para jogar. Só vencer não serve para nada!! Ajudar e ensinar os adversários são as maiores vitórias a conquistar”, declarou.

Por conta da Covid-19, ele afirmou estar “desesperado” para voltar à rotina na modalidade: “Sinto falta do campo, do jogo, do treino. Esperar muito tempo é torturante. Já estou há três semanas e meia dentro de casa. Isso definitivamente é um grande teste para mostrar quem realmente é apaixonado pelo rugby”.

Sobre sua paixão pela modalidade, disse que torceu muito pelas meninas da Seleção Feminina de Sevens durante os Jogos Olímpicos Rio 2016: “Fui acompanhado da minha irmã e minha filha Julia para ver nossas Yaras. Com certeza, foi uma das grandes emoções da minha vida!”.

Ele ainda cobrou mais atitude dos atletas: “Eu acho que no rugby o desafio é a superação física e psicológica. Você cresce como ser humano, é um esporte que te torna alguém íntegro por conta das regras. Acredito que, para o crescimento próprio, o atleta deve procurar mais o rugby e não ficar esperando que o rugby bata em sua porta”.

Foto: Luiz Claudio Amaral